segunda-feira, 16 de maio de 2011

Aperta.



Sempre dá aquele apertinho no peito quando você sente amigos que levaria por uma vida tornarem-se apenas conhecidos dos quais você recordará por uma vida, mas a vida tem que andar e o curso da correnteza se encarregará de te levar para novos lugares, novas vidas.
Deixe que se vá e lembre-se de usar seu melhor sorriso quando se despedir.
Sem mas, nem mais, sem poréns, afins ou qualquer adicional para refutação.
Só saudade fica.

[Kika Santos]

domingo, 15 de maio de 2011

Quando o sentir foi ensinado pouca gente escutou.

Andei procurando inspirações, andei respirando histórias alheias, escrevendo e deletando, deixando pela metade. Sabe quando parece que seus sentimentos não estão em sintonia com os sentimentos do mundo? Sabe quando você vai pra platéia e o que lhe é apresentado não merece aplausos? Sabe aquela sensação de que este mundo não é mais assim tão seu?
As pessoas se tornaram desinteressantes demais para merecer minha atenção, suas relações vazias de ida-vinda-ida, seus interesses notoriamente ultrapassados, seus desejos de superficialidade ao invés de profundidade acabaram me cansando e me afastando de tal forma que ando cada vez mais só e nem morro por isso como outrora faria. Ando também meio egoísta quanto aos meus gostos, dei de achar que certas pessoas não merecem gostar das mesmas coisas que eu.
Penso que são poucas (leia-se pouquíssimas ou quase nenhuma) as pessoas que vão além do visual, além do demonstrado no imediato dos três primeiros segundos e se permitem realmente conhecer os outros, se entrelaçar em suas qualidades e defeitos. Existem ainda menos pessoas que guardam o “Eu te amo” pra falar quando o amor realmente exista, saem por aí falando como se isso fosse um dos cumprimentos que nos ensinam na escola e que são vistos como sinal de educação, como já disse Vanessa Daiany (já te disse que você sempre me mata de orgulho amiga?): “Acho que, cada vez mais, as pessoas têm sentido uma necessidade meio gritante de mostrar pro mundo que se é amado, numa tentativa um tanto fátua de se convencer do mesmo. Então, da mesma forma súbita que esses amores eternos começam, terminam três meses após, deixando espaço para que uma nova razão-da-minha-vida surja.” As pessoas de hoje desenvolveram uma espécie de relações líquidas que escorrem mais facilmente pelos dedos do que grãos de areia, relações de troca como condição, estranhamente superficiais e mais ligeiras do que rapidamente como diria meu avô se às analisasse.
Deve ser por isso que ando preferindo meu leite, meus chocolates e meus livros, eles demonstram bem mais verdade.


[Kika Santos]